quarta-feira, 28 de março de 2007

Nosferatu, F.W Murnau, e o expressionismo alemão dos anos 20


Bem,como grande fanático de filmes de terror resolvi recuar no tempo,mais exactamente a 1920 quando "Nosferatu" de F.W Murnau foi feito para falarvos um pouco de como este filme,principalmente este filme,influenciou muitos outros clássicos do terror que viriam anos depois. "Nosferatu" foi o primeiro grande filme de terror,nesta altura os filmes eram mudos claro,mas isso não impedia de causar os típicos arrepios na espinha que ainda hoje sentimos (ás veeeezes...). Claro que a nossa geração não está habituada a filmes antigos muito menos quando são mudos,e custa-nos a compreender que o que nos parece óbvio actualmente á 80 anos atrás não era nada óbvio,era uma novidade,portanto há que ter um pouco de mente aberta nesta matéria.F.W Murnau foi um realizador alemão que estudou filosofia e história da arte,escusado será dizer que estes dois aspectos mais tarde se iam reflectir nas suas películas.Inicialmente o filme não era para se chamar assim, mas Murnau não conseguiu os direitos do filme e então mudou o nome do filme e das personagens,ou seja, o filme passou a chamar-se Nosferatu, e o conde Dracula passou a chamar-se Conde Orlock. Murnau foi um dos pioneiros do expressionismo alemão dos anos 20,bem como Fritz Lang que fez filmes que vao perdurar para sempre como "Metropolis" ou "As três luzes", ou como S.M Einsestein que fez obras onde o simbolismo e o expressionismo se juntavam criando filmes como "Outubro" que celebravam o final dos 10 anos da revolução Russa, ou o "Acouraçado Potenkim" que também tratava da revolução russa e a invasão ao porto de Odessa na Ucrãnia.Todos estes realizadores têm algo em comum: todos transmitiram mensagens importantes através do cinema,e todos simplificavam a realidade de modo a que fosse explícito para o público. A verdade é que os franceses inventaram o cinema,mas foram os alemães que mais se destacaram. Voltando agora um pouco ao filme de Murnau, como nesta altura não havia som os actores tinham que ser o mais expressivos que pudessem,e a maquilhagem também ajudava muito. O actor que interpretava Nosferatu era Max Schreck,um desconhecido na altura mas que acabou por ficar para sempre recordado pelo seu papel neste filme, Schreck absorveu completamente a personagem "Nosferatu", deixou-se envolver num processo que ainda hoje é utilizado que é o de "ser" essa personagem constantemente até que o filme acaba-se de ser rodado, e os resultados estão á vista, com uma caracterização excelente Schreck em colaboração com Murnau fizeram com que a personagem Nosferatu ficasse para sempre recordada na história do cinema,e os motivos sao simples: Personagens completamente devotos ao seu papel e a influência da pintura no cinema,que se reflecte nos locais onde o filme foi rodado ( foi rodado em pequenas vilas de toda a alemanha).A influência na pintura é algo importantissimo no cinema, e a maioria das pessoas não se apercebe disso. Stanley Kubrick também foi um influenciado pela pintura e isso nota-se em "Barry Lyndon" onde ele cria todo um ambiente de aristocracia baseado nos pintores expressionistas do século XVII. Outra introdução no filme de Murnau foi a importância da sombra,e quem já viu o filme sabe a que me refiro, naqueles anos não havia nada mais arrepiante que um personagem com unhas de 20 cm em cada mão,cor de pele branca,orelhas pontiagudas e 2 dentes afiados á frente a reflectir a sua sombra na parede enquanto procurava a sua próxima vítima. "Nosferatu" é um clássico do cinema de terror e não só, aprende-se muita coisa vendo este filme mesmo que seja mudo e que estejamos a apanhar uma grande seca por não ouvirmos uma única fala, mas é uma fonte de inspiração para filmes que mais tarde iam ser feitos. A importância do expressionismo no cinema foi algo tão simples e criou tanto impacto que nunca vai ser esquecido em tempos futuros,bem como "Nosferatu" e bem como o grande pioneiro Frederick Willem Murnau. Claro que para algumas pessoas é dificil tar a ver um filme destes sem pensar "fogo isto é tão óbvio", mas o óbvio influenciou dezenas de realizadores, e o óbvio influenciou dezenas de filmes, e sem isso não estariamos hoje a ver o nosso filme de terror preferido.....certo? :)

NOTA 10

Scarface


Hoje aproveito a inspiração do sol, a lembrar Maimi Beach, para vos falar de um filme do qual eu sei ser suspeito para falar, uma vez que se trata do meu filme preferido. Mas este facto até pode ser positivo na minha avaliação sobre o “Scar Face”, uma vez que sinto desta forma maior necessidade de argumentar as minhas opiniões.

Este “remake” do “Scar Face” (muito diferente do original de 1916) do Brian de Palma é genial, porque tem a capacidade máxima do cinema, que é transportar o espectador para o ambiente recriado pelo cineasta, e neste filme tudo se conjuga, as praias de Miami, as casas excessivamente grandes e decoradas tal e qual os novos ricos daquela época o faziam, a musica (Quem é que consegue não sentir a adrenalina do “She´s on Fire” ou “Push it to the Limit” ?) a discoteca, os excessos de álcool e drogas, tudo, tudo, recria o ambiente de euforia do inicio dos 80´s na perfeição! Este período da história não é dos mais apreciados pela maioria das pessoas e por isso nem toda gente gosta deste filme, no entanto, as interpretações dos actores são brilhantes, “and that´s a fact”! O Tony Montana (Al Pacino) é uma besta quadrada, burro até dizer chega, mas com um olho fantástico para os negócios ilícitos e todos esse meandros, o homem vive e respira malvadez (para além da coca), tem uma voz e um sotaque que só de ouvir á distancia mete medo, no entanto conseguimos estar um filme inteiro a torcer para que o “mundo seja seu”! A desgraçada e “cocainada” Elvira ( Michelle Pfeifer), mulher do rei do sub-mundo Tony Montana, que nunca consegue ser feliz por mais dinheiro que tenha; o traidor Omar Suarez (F. Murray Abraham) , que transpira a traição por todos os poros! Todos os personagens estão muito bem caracterizados e muito bem interpretados, sem excepção, e podia estar aqui horas a descreve-los, par isso o melhor é mesmo verem o filme!

Em suma, este é um “must see”, é um filme de culto que ainda hoje, 24 anos depois do lançamento, consegue atrair uma multidão! Muito ficou aqui por dizer, coisas que só a experiência do cinema conseguem fazer, por isso vejam o filme e transportem as vossas opiniões para este review! Para mim, já sabem, este filme é:

NOTA 9

terça-feira, 27 de março de 2007

The Prestige


The Prestige (para quem não sabe, é o nome que se dá ao último dos três passos que existem em qualquer truque de magia), foi um filme que me deixou surpreso por um lado, e desiludido por outro.

Surpreso, pelos grandes papelões desempenhados por Hugh Jackman e Christian Bale, os dois "mágicos" do filme em busca do "número perfeito" para apresentarem nos seus espectáculos, e que não olham a meios para o conseguir ; e também pelo final algo surpreendente (mais não digo, para não estragar a surpresa a quem não viu!) ...

Desiludido, porque de Christopher Nolan estava à espera de algo mais.. não que conheça muitos filmes dele, mas talvez por estar sempre à espera de algo tão surpreendente e bem conseguido como foi "Memento".

Realço ainda o discreto papel interpretado por David Bowie (esse Tiranossauro da música que regressa assim pela porta grande ao cinema) e de Scarlett Johansson que dá alguma.. chamemos-lhe "côr", ao filme ;)

Não vou dizer muito mais, porque The Prestige é um filme sobre o acto final de um truque, sobre a surpresa.. e apesar de não ter tido a propaganda que um filme desta dimensão merecia, sugiro que o vejam! ;)

NOTA 7

segunda-feira, 26 de março de 2007

The Shining


Aqui está uma das obras de um dos maiores realizadores de todo o mundo,Stanley Kubrick obviamente. Um dos grandes clássicos de terror,ha quem diga que é o melhor filme de terror alguma vez feito,e teem razoes para o dizer. Jack Torrance (Jack Nicholson,quem mais poderia ser né?) é um escritor que está com um daqueles tipicos "writters block" e muda-se para o Overlook Hotel com a sua mulher Wendy e o seu filho Danny. Danny tem um amigo imaginário chamado Tony que segundo ele vive na sua boca,este míudo tem um dom, o dom do "Shining" que lhe permite ver coisas que já aconteceram e coisas que estao para acontecer,escusado será dizer que as coisas que ele viu ou vai ver nao sao muito agradaveis.A família muda-se para o hotel,ao inicio tudo ia bem mas tanto Jack como Danny comecam a ter visoes e perturbacoes um tanto ou quanto mórbidas.Jack comeca a ficar literalmente insano devido ao constante isolamento no hotel e devido ás visoes do passado de esse Hotel, visoes estas que mais tarde o vao levar á completa insanidade e o vao incentivar a matar toda a sua família...com um amigavél machado. Não admira que esta seja uma das obras primas de Stanley Kubrick porque afinal...sao todas obras primas...e a razão é esta: Kubrick é como Tarantino ( é mais ao contrario,Tarantino é que é como Kubrick mas ok ) ele fazia um filme de 5 em 5 anos ou mais,mas quando o fazia dedicava-se completamente ao processo que envolve fazer esse filme,incluindo local de filmagem,escolhe muito rigorosa de actores, escolha ainda mais rigorosa dos planos que ia utilizar, e a estética da imagem. Não estou a ver ninguem mais perfeito para o papel de Jack Torrance que Jack Nicholson..parece um bocado óbvio né? um gajo com cara de maluco a fazer um papel de maluco...mas aí está a beleza do cinema de Kubrick, as personagens estao tao bem caracterizadas,tao bem descritas,tao bem representadas que só a pessoa mais óbvia é que poderia fazer o papel mais óbvio sem que isso pareca....óbvio :). Os planos estão exímios,escolhidos a dedo e muito meticulosamente,para nos transmitir essa sensação de terror que é estar num hotel enorme a fugir do próprio pai ( e marido ) que ficou completamente maluco e que, segundo ele, não quer "fazer mal". E quem é que se esquece do mítico plano da cara de Jack Nicholson enfiada numa porta que tinha sido partida á machadada e a dizer "Heeeeere´s Johnnyyyyy ! ". Bons velhos tempos do cinema, em que para fazer terror nao era necessário efeitos especiais,simplesmente bons actores,um bom realizador, um bom local de filmagem e....uma cabeça repleta de boas ideias. Stanley Kubrick Realizou,produziu, e escreveu todos os seus filmes...não admira que todos esses aspectos se notem tão bem, e tão particularmente nos seus filmes...e é isso que faz com que actualmente quando estamos a ver um filme possamos dizer "Eh pá! esta cena é bué Kubrick". Uma fonte de inspiração para todos os futuros cineastas..... FIM

NOTA 10

The Pursuit of Happyness


Bela surpresa, devo confessar… Não é um filme para qualquer tipo de pessoa, honestamente penso que requer alguma maturidade para se atingir o seu verdadeiro significado. A persistência, e a vontade daquele homem nascem de um amor que por muitos ainda não pode ser compreendido, o amor de pai! Pode parecer um bocado lamechas, e é! Mas lamechas ou não o filme realmente toca… Não é fácil ver aquele miúdo (Jaden Smith, filho do Will) andar para sempre a correr á procura dum quarto de acolhimento social para não dormir na rua, na mão do pai depois de ser abandonado pela mãe, assim como não é fácil ver o pai (Will Smith) numa constante frustração de tentar dar uma vida melhor ao seu filho… Não é fácil de ver, não é fácil de compreender, mas tem uma bela lição de vida… mais impressionante ainda, é uma historia verídica!

NOTA 7